1. Como Discutir as Suas Diferenças com Outros
Atualmente, o mundo é dominado pela globalização pelo que a interconectividade é a palavra chave da década. Se esta tendência traz muitas vantagens, tais como um crescimento massivo do comércio, altos padrões de vida e diversidade, também pode colocar alguns desafios. Um deles são as barreiras culturais. Compreender e ultrapassar as barreiras culturais é de extrema importância para a expansão bem-sucedida de uma empresa. Para além disto, existe ainda a questão dos funcionários e do seu desenvolvimento pessoal.
Reconhecer a importância de compreender a multiculturalidade no mundo dos negócios é a chave para o sucesso. A maioria dos mal-entendidos multiculturais resultam de uma perspetiva obstinada. Quando julgamos os outros através da lente da nossa própria cultura, podemos acabar com interpretações erradas. Falhar em reconhecer a diversidade e as diferenças pode facilmente levar a equívocos e até mesmo conflitos.
Assim, esteja atento e procure saber mais acerca do contexto do seu colega. Você poderá, também, ajudar a ultrapassar as diferenças através da partilha de informação acerca da sua própria cultura e estando aberto ao diálogo. Depois de reconhecidas as diferenças culturais, é importante aprender mais sobre elas. Você pode fazer a sua própria pesquisa ou simplesmente e com educação fazer perguntas sobre o tema. Compreender as razões por detrás das ações de uma pessoa pode reduzir a rotulagem errada e levar a uma colaboração e a um processo de comunicação mais eficaz.
Num ambiente de trabalho, a formação sobre diversidade pode ser uma solução compensar a falta de integração e a fraca cooperação. A utilização de uma técnica de conversação como a Clarify pode resultar num aumento da produtividade de um funcionário e num ambiente de trabalho melhor.
C L A R I FY
As letras em CLARIFY significam: Verifique os seus motivos (Check your motives), Ouça (Listen), Pergunte (Ask), Repita (Repeat), Utilize afirmações na primeira pessoa (use I-statements), Encontre um ponto de entendimento (Find common ground), e adote ume mentalidade “ainda” (adopt a “Yet” mind-set). Você pode utiliza a técnica CLARIFY para discutir qualquer tipo de diferença, incluindo diferenças políticas, religiosas, étnicas, de classes, etárias, ou de género, bem como diferenças de opinião diárias.
- 1. Verifique os seus motivos (Check your motives). Porque é que quer ter uma conversa com esta pessoa? Se a sua intenção é mudar a sua forma de pensar, humilhá-la, ou mostrar-lhe que está errada, então evite a conversa. Aborde a sua conversação como um(a) antropologista a tentar compreender alguém muito diferente de si. Quem é esta pessoa? Porque pensam, sentem, acreditam, têm valores e agem da forma como o fazem? Mesmo que conheça algumas destas respostas, dê à outra parte uma oportunidade para partilhar os seus pensamentos e emoções.
- Ouça cuidadosamente (Listen carefully). Vise compreender o que o(a) orador(a) quer dizer e sente, não apenas as palavras que usa. Prestar bastante atenção demonstra respeito, que é a base da aprendizagem uns com os outros.
- Coloque questões abertas (Ask open-ended questions). Comece as suas questões com “Como” ou “Porquê” para obter respostas mais profundas que vão para além do “sim” ou “não”. A colocação de questões abertas irá ajudá-lo(a) mão só a compreender melhor a perspetiva da outra pessoa como também a demonstrar o seu interesse genuíno na troca de informação – não só a fazer valer o seu ponto de vista. Aqui estão alguns exemplos:
“Como é que isso o(a) faz sentir? ”
“Porque é que acha que reage dessa forma?”
“Como é que chegou a essa conclusão?”
- Repita o que a pessoa disse, a sua interpretação do que foi dito e como acha que se estão a sentir. Isto não só fará com que a pessoa sinta que foi ouvida e compreendida como também lhe dará tempo e espaço para entender o que você pensa e sente. Algumas sugestões úteis incluem:
“Então, o que está a dizer é …”
“Pressinto que sente …”
“Deixe-me ver se compreendi: você acredita que …”
- Utilize afirmações na primeira pessoa para expressar os seus pensamentos, sentimentos e valores sem os apresentar como verdades universais ou ataques à outra pessoa. Estas frases na primeira pessoa incluem: Eu sinto que, Eu acredito que, Eu penso que, Eu li que,e Eu aprendi que.
- Encontre uma base de entendimento, especialmente valores partilhados, e indique-os com frequência. Tente estas frases:
“Eu sinto que partilhamos o desejo de fazer o que está correto.”
“Eu gosto da sua honestidade.”
“Parece que ambos(as) nos preocupamos profundamente com o future dos nossos filhos.”
- Adote uma mentalidade “ainda”: Seja um(a) otimista. Vocês podem ainda não se compreender mutuamente, mas continuem a falar e a ouvir. Terá, pelo menos, a garantia de aprender mais sobre uma perspetiva diferente. Você terá, também, maior probabilidade de desenvolver empatiae táticas para se entenderem.
É claro que você pode continuar a evitar explorar as suas diferenças com as outras pessoas. Mas o nosso insucesso de ver para além das diferenças políticas, de género, raciais, étnicas, regionais, etárias e de classes aumentam as faturas no nosso país e no mundo. Este ano, faça a sua parte pela paz mundial e pelo próprio seu desenvolvimento pessoal. Pratique as suas competências de conversação multiculturais e deixe que o bipartidarismo comece consigo.
Fonte: https://www.psychologytoday.com/us/blog/cultural-moment/201801/how-discuss-your-differences-others