1. Como criamos e partilhamos conhecimento e ideias dentro da nossa organização?
Fonte: https://pixabay.com/pt/illustrations/ponto-de-interroga%c3%a7%c3%a3o-pilha-quest%c3%b5es-2492009/ (photo by Arek Socha)
A criação de conhecimento é um processo de interações e etapas de desenvolvimento ou conversão do conhecimento tácito em conhecimento explícito. O modelo SECI é o modelo de base que nos explica como ocorre a criação de conhecimento através dos diferentes modos de conversão do conhecimento, como interagem os diferentes tipos de conhecimento e como são as pessoas envolvidas na partilha de conhecimento e ideias.
O modelo SECI traduz o processo de criação de conhecimento através dos 4 modos de conversão do conhecimento: Socialização (S), Externalização €, Combinação (C) e Internalização (I).
A socialização é o modo durante o qual existe uma partilha de experiências e/ou experimentações. Exige o compromisso das partes envolvidas para que a informação partilhada possa ter impacto ma mente e pensamentos da outra pessoa. Exige uma experiência comum. A socialização permite a criação de um espaço de interação. O primeiro modo gera conhecimento tácito. O conhecimento criado não é, ainda, passível de ser escrito claramente para ser transferido para outros. É, assim, claro, que juntar as pessoas no contexto certo e com um propósito definido, fomentando a partilha de competências, saber-fazer e ideias é o primeiro passo da criação de conhecimento. O conhecimento não é criado por uma pessoa só isolada. Ao invés, é o resultado de interações com significado. Consegue, agora, começar a entender o poder da criação de oportunidades para a partilha de conhecimento e ideias dentro da sua própria organização?
O segundo modo do processo é a Externalização, quando conhecimento tácito criado durante a socialização – a fase o espaço de discussão permitiu uma reflexão coletiva e a criação de algo novo – começa a ser transformado em conhecimento explícito. Isto ocorre através do desenvolvimento de conceitos, metáforas, modelos, etc. Nesta fase ainda não é possível expressar algo de forma clara.
O modo Combinação dá seguimento ao processo com a combinação de diferentes competências, sistematizando os conceitos. Pense no desenvolvimento de novos produtos, quando a sua organização chegou a um conceito que pretende desenvolver e junta um grupo multidisciplinar de funcionários para desenhar o conceito do produto nas suas diferentes dimensões – design, materiais, engenharia, produção, marketing, etc.
A fase final do processo de conhecimento é a Internalização. Esta fase está relacionada com a incorporação do conhecimento desenvolvido na organização. Este novo conhecimento, devidamente disseminado dentro da organização, irão, então, criar novo conhecimento tácito uma vez que as pessoas irão aprender não só com qualquer tipo de documento disponibilizado como também através do “aprender fazendo” e do conhecimento tácito adquirido.
Como pode ver, todo o processo de criação de conhecimento é altamente baseado na partilha de conhecimento e ideias. Este pode tornar-se um processo bastante fluido dentro da organização desde que seja promovida uma cultura de partilha e de conhecimento.
Figura 1: Modelo SECI do conhecimento (Nonaka e Takeuchi, 1995)
Mas podemos ir ainda mais longe no processo de criação de conhecimento! Este processo mão é tão linear quanto possa parecer. Dentro da organização, o processo de conhecimento não ocorre apenas a um único nível, por exemplo, dentro de um definido grupo de pessoas. Todo o processo flui entre indivíduos, grupos, organização e grupos sociais. Os níveis de interação, partilha de ideias e conhecimento podem ser bastante alargados. Se o conhecimento e as ideias “nascem” nas pessoas ou começam nas pessoas, isso significa também que são expandidas dentro dos grupos, dentro da organização, mas também para além dos níveis da organização, nas redes sociais. Entregamos e recebemos conhecimento de for a das fronteiras da nossa organização. Saiba mais sobre este tópico no submódulo 8.2.
De Certeza que já notou que a fase de socialização desempenha um papel fundamental no processo de conversão e de criação de conhecimento e de partilha de ideias. O papel dos grupos é muito importante para a qualidade do conhecimento criado e das ideias geradas. À medida que o grupo evolui nas suas interações e no seu trabalho, mais consolidado se pode tornar o espírito de grupo que irá levar a comportar-se como um único corpo. Quanto melhor o grupo funcionar como um todo, melhor a qualidade dos seus resultados que irão levar à ação.
Algumas das características do conhecimento (tácito) de grupo incluem:
- É o resultado do processo de socialização
- Orienta a sua ação enquanto grupo
- Está latamente relacionado com os diferentes perfis dos membros do grupo e gera sinergias
- É um resultado da cultura do grupo
- É baseado num bem comum
- Ajuda a lidar com a incerteza
No fim de tudo, podemos dizer que a criação de conhecimento organizacional se trata de tornar disponível e consolidar o conhecimento existente dentro da organização. É gerado pelas interações entre as pessoas e pela partilha do seu conhecimento e ideias, e quanto melhor trabalharem os grupos dentro da organização, maior será a qualidade dos resultados produzidos.
Fonte: https://pixabay.com/pt/illustrations/grupo-equipe-gabarito-1825503/ (Image by Gerd Altmann)